reality vs non-sense?! stuff?! just feelings though!

sexta-feira, junho 09, 2006

Balanço do Festival de (suposto) Rock da Cerveja... que não é definitivamente a Sagres !


(Nota: fotografia retirada do site: www.twixtour.com - Festival Super Bock Super Rock, dias 25 e 26 de Maio)


Só vou poder falar dos dois últimos dias de Festival, pois foram os únicos em que estive presente.

Dia 7 - Cartaz repleto de bandas pop-rock, ainda que mais rock (post-punk e por aí).
Grande noite que começou com Editors. Teriam tido mais impacto se tocassem mais tarde em vez de ter sido às 18h, altura em que o sol ainda estava bem lá a aquecer-nos as cabeças e corpos e a prejudicar-nos a visão. Apesar disso, foi um óptimo concerto dominado pelo som das suas guitarras!
Os belgas Deus , conhecia pouco, mas vi tudo. Gostei de algumas partes, da originalidade do vocalista, mas em termos instrumentais achei que não tocaram nada de especial tendo muitas vezes dado a sensação que faziam mais "barulho" do que música propriamente dita.
Quanto a The Cult e Keane, pouco tenho a dizer, porque não lhes prestei tanta atenção (confesso que estive grande parte do tempo sentada numa esplanada do recinto a conversar - digam lá que não é normalissimo num festival??).
Ainda assim, ouvi alguma coisa das duas bandas. A primeira tocou algumas músicas que me agradaram. A segunda, tem um som mais fácil de entrar no ouvido. Basicamente só gostei de ouvir os hits mais conhecidos.
The Legendary Tiger Man, os únicos portugueses que realmente vi a actuar, é bastante interessante e há que investigar também outras bandas do mesmo género: Wraygunn, X-Wife, etc.
Franz Ferdinand... que momento! Deram tudo o que tinham para dar! Foi um grande concerto, tocaram todas as músicas que queriamos que tivessem tocado. Transmitiram toda a energia que estavamos à espera que transmitissem! Surpreenderam-nos com toda a sua originalidade musical. Visualmente foi indescrítivel. O público era civilizadissimo e estava excelente. E por fim, aquele Scottish accent veio completar toda a elegância desconcertante da banda. Valeu muito a pena!

Resumindo: Para mim foi uma óptima noite bem passada ao som de música sempre interessante, contagiante, com muitas gargalhadas, com um amigo que fazia anos nessa mesma meia noite e com mais uns episódios cómicos pelo meio. Talvez para o ano haja mais, com outras bandas e com outros episódios.

Dia 8- Tive a triste infelicidade de querer ir a este dia de festival. Triste infelicidade porquê? Porque descobri que gosto muito pouco de hip hop. De facto divirto-me a ouvi-lo, porque gosto de dançar e os beats não me deixam estar parada, mas de resto diz-me muito pouco. Pelo menos o hip hop que fui ouvir naquela noite.
Entrei no recinto ao som de Boss Ac. Não gosto do rapaz.
Estava com alguma espectativa quanto a Pharrell Williams, mas desiludiu-me um pouco. A mensagem que transmitiu não era a mais agradável. Ainda assim cantei e "bouncei" (do Americano - essa lingua tão criativa- , bounce).
50 Cent foi... hum... deplorável? Desagradável? Revoltante deve ser a palavra mais indicada.
Não há muito a dizer: três macacos em palco (quando digo macacos não me refiro à cor da pele, mas sim ao barulho que saia das suas cordas vocais) com uma vestimenta curiosa, acessorizada com correntes, cruzes e brincos de diamante, a executar gestos não menos curiosos e a gritar frases ainda não menos curiosas como: "Smoke weed, get drunk, and fuck".
Entretanto, em todas as músicas ouvia-se o som de tiros a torto e a direito.
A par deste espetáculo, passavam partes de vídeos com armas, mulheres semi-nuas e garrafas de bebida, nos ecrãs laterais. Um dos macacos fumou uma ganza em palco, apelando a nós para também o fazemos.
Ficamos também a saber que o senhor 50 Cent está zangado com outra estrela do hip hop americano, aparentemente seu discípulo, de nome The Game, tendo também incitado o público a esticar o dedo do meio no ar e a dizer: "Fuck You The Game".
A acompanhá-los estava ainda uma jovem de sorriso simpático que também cantarolava.
Só resta mesmo dizer que se encontravam no recinto várias crianças com idades inferiores a 12 anos, acompanhadas pelos pais que também gesticulavam e gritavam com elas.
Não estou apta para comentar o concerto de Patrice, porque não gosto particularmente do senhor e não me agradou muito a sua actuação ao vivo, ainda que tenha sido de certo modo a mais interessante e civilizada.
Quanto às bandas portuguesas, só destaco os Mind da Gap que têm um hip hop engraçado e fácil de entrar no ouvido. Mercado Negro é uma imitação dos veterenos Kussondulola.

A única questão que levanto aqui é: como é que Portugal foi aderir de modo tão fácil à filosofia de 50 Cent e ainda por cima, arrastando as suas crianças consigo?