reality vs non-sense?! stuff?! just feelings though!

domingo, junho 18, 2006

EXTREMA DIREITA EM PORTUGAL - PARTE II

Excerto de uma entrevista feita a "Camisa Negra" , autor do blog Fascismo em Rede (http://www.fascismoemrede.blogspot.com/), retirada do blog citado no post anterior (In Silencio):

In Silencio (IS) - Para começar quem é o Camisa Negra? O que faz profissionalmente? Idade? Quais são os seus interesses? Tem filhos?
Camisa Negra (CN) - O Camisa Negra é obviamente uma personagem de ficção.
É uma criatura, logo de certa forma um alter ego do criador; mas este não interessa. O Camisa Negra nasceu a 7 de Fevereiro de 2004, e desde aí a sua ocupação a tempo inteiro tem sido a de colocar fascismo em rede, empresa que se lhe afigurou do maior interesse e da maior urgência, dada a falta que se fazia sentir. E o fascismo nunca é demais…Filhos propriamente ainda não tem, embora viva com a esperança de fazer criação (o que não pode fazer sozinho, como é lógico), espalhando por aí algumas sementes.

IS - O que lhe falta (ao nacionalismo), que medidas tomaria?
CN - Em primeiro lugar, falta-lhe esta noção realista da sua justa medida. Enquanto alguns nacionalistas agirem convencidos que o mundo inteiro está a olhar para eles, sem se aperceberem que na realidade são só eles os cinco e mais vinte mirones, não haverá qualquer possibilidade de alcançar importância real. Temos que ser inflexíveis na análise dos factos, e não andarmos aos saltos a proclamar vitórias que não ultrapassam o círculo fechado da nossa tribo. O mundo é grande, mas devemos fazer um esforço para manter uma visão global dele, e sermos capazes de distinguir o que é a realidade e o que são meras projecções dos nossos desejos. Conseguindo esta frieza metódica, creio que podemos muito bem encontrar projectos viáveis que nos conduzam a alguma influência real.

IS - O que pensa da nossa democracia?
CN - Tento pensar nela o menos possível. Não consigo, porque ela não me deixa. Está presente para onde quer que me volte, e receio que a sua permanência, como um pântano, seja algo muito custoso de remover. Trata-se de um regime nascido de um impulso suicidário dos portugueses, esquecidos de que manter Portugal era difícil e implicava tributos pesados. Agora quase todos se dão conta dos custos que ela tem, mas como acontece com certas amantes caras: bem se sabe o que elas são, mas dizer-lhes adeus também é complicado.
IS - Seria o Fascismo uma solução? Porquê?
CN - Não. Não existem soluções feitas. As soluções poderão ser encontradas se os portugueses tiverem a vontade e a capacidade de as criar, de as inventar, de as construir. Para isso o fascismo é só uma imagem, uma visão inspiradora gravada nas páginas da História. O futuro não sabemos o que será, mas seguramente não será igual ao passado.
IS - Identifica-se com o movimento skinhead?
CN - Por fatalidade, a minha falta de cabelo vai-me aproximando perigosamente dessa estética. Mas que não se atribua importância ao que não a tem: como dizia Fernando Pessoa, por dentro das coisas é que as coisas são. O que se aplica ao caso, seja qual for o aspecto exterior das cabeças.
IS - Por fim umas últimas palavras aos nacionalistas espalhados por Portugal.
CN - Não se resignem, nem se demitam. Sejam orgulhosos e insolentes na afirmação da vossa fidelidade a Portugal. Sejam insubmissos, e façam tudo o que estiver na vossa mão para que depois da vossa passagem Portugal fique mais forte. É que nós só estamos de passagem; mas a nação continuará, tal como a deixarmos.