will the revolution be televised ?
Tarde solarenga. Estava à janela de minha casa.
Passavam crianças e adolescentes vindos concerteza da escola.
Reparei nas conversas de alguns.
Depois passaram umas senhoras com mais de meia idade a conversar muito alto.
Também me apercebi do que diziam.
Incrível!
Morangos com Açúcar e Caso Vanessa.
Logo após estes espisódios, reflecti vagamente sobre a educação nacional e eis que me surgiu uma vontade de monologar para os meus botões:
- Não seria muito mais interessante, educativo e até mesmo simpático se a televisão portuguesa fosse totalmente diferente do que é?
Mas diferente como?!
Troquemos os pseudo-talk-shows da manhã e da tarde (ou parte do seu conteúdo), os programas de entretenimento, os concursos, os reality-shows, as telenovelas, as séries medíocres e afins, por... por... cultura e algo realmente educativo!
Seria possível esta aparente utopia televisiva?
Era ver a juventude a comentar o programa ou a série da tarde/noite anterior sobre a vida animal, ou sobre o Renascimento, ou ainda sobre a política na Coreia do Norte.
Percebo que seja "saúdavel" haver entretenimento. Mas entretenimento não tem de ser sinónimo de algo fácil, com falta de qualidade e desprovido de qualquer tipo de lição educativa e/ou cultural.
Como seria se, a seguir ao Telejornal, em vez dos típicos concursos onde oferecem dinheiro, das típicas séries para a família e das típicas telenovelas dramáticas e cor-de-rosa tanto brasileiras como portuguesas, transmitissem reportagens mundialmente importantes e programas culturais - daqueles chatos que ninguém nunca tem paciência para ver?
Será que a mentalidade das pessoas seria diferente? Seríamos uma sociedade mais instruída? Os jovens seriam culturalmente mais activos e teriam mais vontade de aprender, conhecer e serem civilizados?
Tendo em conta que a televisão e os media em geral influenciam profundamente a mente da nossa sociedade, sobretudo das camadas mais jovens, talvez esta utopia televisiva só viesse beneficiar o meu país.
Enquanto isso posso ficar a imaginar como seria...
posted by m at 3:33 da tarde
2 Comments:
o canal de que falas chama-se rtp2 e nao tem audiencia. para alem disso, varios milhoes de pessoas têm tvcabo, que lhes proporciona todo o tipo de programas de que falas, a toda a hora. parece-te que as pessoas querem ver isso? nao. as pessoas andam cansadas e desanimadas e precisam de entretenimento barato e vidas cor-de-rosa. o estado ja tem um canal publico que oferece uma televisao "cultural", impor à população apenas programação desse genero em todos os canais publicos seria a ditadura dos media. quanto aos canais privados, nada ha a fazer porque sao privados. a tvi é o canal com mais audiencia. e é um canal "burro". os portugueses - como, de resto, os italianos, que é a realidade que conheço - gostam na sua maioria de televisao "burra". nao ha nada a fazer. o dia-a-dia é demasiado duro para a maioria da população. as pessoas precisam de sonhar em frente à televisao. culpados sao os pais, esses sim deviam filtrar os canais e os programas que os seus filhos vêem. "e", dizes-me tu, "entao das-me razao el-gee: o estado devia educar os pais para que eles possam educar os filhos". mas nao pode, porque o Socrates nao é o Mao e o Simplex nao é a Revoluçao Cultural chinesa. as pessoas sao livres, e se querem aproveitar a liberdade para a estupidez. nao me privem é a mim da rtp2 tal como ela está, isso sim é um direito inteligente que me é devido.
terça-feira, junho 20, 2006 5:22:00 da tarde
e porque é que ao impôr-nos somente "lixo televisivo" também não podemos falar em ditadura dos media?
Pensemos na RTP1, SIC e TVI... destaquemos um programa cultural ou educativo.
Só me consigo lembrar de um ou outro na RTP1.
O canal "utópico" de que eu falava nem era a RTP2, porque até mesmo essa está longe ser o que deveria realmente ser.
Os programas da hora de almoço até ao fim da tarde melhoraram, segundo me consta.
Mas à noite, no chamado horário nobre, transmitem uma série juvenil com péssimos actores chamada "O Diário de Sofia", mais uma ou duas séries em inglês, um programa diário e já cansativo sobre a vida animal num qualquer zoo perto de si nos EUA e por fim, lá para as 22h passam um bom noticiário.
Retiraram o "Magazine" que era um programa discontraido e interessante - mas ok, "trocaram-no" por um, não menos bom programa apresentado pela Paula M. Pinheiro à sexta-feira.
Durante a manhã - das 7h às 14h - os desenhos animados reinam.
Se bem que isso não condeno, porque, pelo que tenho reparado, até são de óptima qualidade.
Enfim, só pedia para trocarem a quantidade exagerada de telenovelas, de séries irritantes e de concursos onde oferecem dinheiro fácil, por - já nem digo programas culturais, dos tais chatos - programas de informação, repotagens, debates (como já existe o "Prós e Contras" na RTP1, ou o "60 minutos" na Sic Notícias, por exemplo).
Os próprios programas de entretenimento deveriam ser alterados - o exemplo de um bom programa desse género foi o recente "Dança Comigo" tranmistido pela RTP1 (não era programa que me fascinasse especialmente, mas reconheço que tinha o minímo de qualidade).
Se nós gostamos de televisão "burra" é porque nos oferecem esse mesmo tipo de televisão.
Tenho a certeza que, se nos oferecessem televisão "inteligente", nós também gostaríamos dela.
Quanto aos canais da TV Cabo, acho que os nossos canais generalistas portugueses juntos, conseguem ser piores que a maioria dos canais cabo.
terça-feira, junho 20, 2006 6:00:00 da tarde
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