reality vs non-sense?! stuff?! just feelings though!

sexta-feira, julho 14, 2006

o país

Encontrei umas folhas em casa que foram recentemente impridas de um e-mail que o meu pai recebeu (um daqueles muito "forwardados" e sem autor especificado).
Estive a ler as extensas cinco páginas e achei que muitas daquelas constatações sobre o estado do nosso país estavam acertadíssimas.
Resolvi então transcrever algumas (no meio de umas setenta ou mais) - as que achei mais interessantes, cómicas e bem reais, assim como a introdução e conclusão dessa mesma lista:

« Cá por mim, vou pôr uma bandeira na janela, quando:

- Portugal deixar de ser o país da Europa com maior índice de abandono escolar, analfabetismo e corrupção.
- Se construirem menos Centros Comerciais maiores da Europa do que Centros de Saúde, Hospitais, Escolas e Infantários.
- Na ESBAL, os alunos não tenham de ir para as aulas com um balde, para apanhar a água que escorre dos tectos.

- Não se tiver que retirar os pianos de uma sala de uma Escola Superior de Música, porque o chão ameaça cair.
- A polícia deixar de fingir que não vê as lutas de pit-bull nas diversas Trafarias deste país, bem como as corridas a 250 Km/hora em várias Pontes Vasco da Gama do país, às sextas à noite.
- Os portugueses perceberem que as figuras do Contra-Informação não são caricatutras, mas o retrato fiel das pessoas retratadas.
- Os jornais, revistas, programas de rádio e de televisão, chamados de desportivos souberem que além do futebol, se praticam mais de 347 outros desportos e que mesmo no futebol, há outros clubes além do Sporting, do Benfica e do Porto.
- Não houver nenhum 1º Ministro que tenha a lata de abandonar o país à má fila, em plena crise, para ir sôfregamente atrás de um qualquer tacho mais alicante.
- A gripe das aves não tiver direito a mais do que um minuto de tempo de antena, por mês, incluindo a informação de que morreram um indonésio e dois chineses, quando nos cinco segundos que demorou a notícia, morreram mais de 700.000 pessoas com outras 250 doenças e 300.000 crianças morreram de fome, de malária e de cólera em África.
- Nenhum governante tiver o desplante de dizer " abriu a época oficial de incêndios".
- A TVI encerrar por total falta de audiência.
- A maioria dos jornalistas souber falar e escrever português, e deixar de fazer constantemente perguntas idiotas aos entrevistados.
- Houver tantos portugueses que saibam quem são, a Maria João Pires e a Helena Vieira da Silva, como os que sabem quem são o Pinto da Costa, o Valentim Loureiro, o Manuel Luís Goucha, a Cátia Vanessa, a Quicas Van Zeller e o Mantorras.
- Houver no estrangeiro tantas pessoas que conheçam o Eusébio, m Mourinho, o Figo, o Cristiano Ronaldo, como o Camões, o Maestro António Vitorino de Almeida, o Fernando Pessoa, e muitos, muitos outros que não deram um pontapé na bola.
- Nenhum ministro, nenhum professor, nenhum jornalista disser tênhamos ou póssamos.
- Figuras ridículas do tipo Zés Castelo Branco, Cinhas e outras Jardins, Hermans Josés (pós 1995), Lilis Caneças e mais 5000 figurinhas destas que aparecem na televisão e nas revistas, bem como os Editores das mesmas, estiverem internadas em Unidades de Saúde Mental.
- Encontrar num restaurante ou num café em Portugal, mais empregados portugueses do que brasileiros.
- Os morangos com açucar sejam exclusivamente uma sobremesa.
- O futebol voltar a ser um desporto.
- No dia da partida para o Rali Lisboa-Dakar, a primeira página d' A Bola (que tem a lata de se chamar jornal desportivo), não seja totalmente preenchida com uma fotografia gigante do Nuno Gomes e o título "O Homem do Ano".
- Nas Escolas de Conduação se ensinar as pessoas a conduzir, em vez de ensinar a fazer inversão de marcha. a arrumar o carro e não deixar o carro ir a baixo.
- Os meus filhos e todos os portugueses da sua geração puderem planear a vida a mais de três meses, e os meus netos e os dos outros portugueses, tiverem alguma perspectiva de viver um futuro com dignidade.
- E por fim, quando conseguir uma consulta de oftalmologia no Hospital Egas Mniz, que pedi há mais de um ano.

No dia em que isto tudo, ou quase tudo isto acontecer, juro que ponho bandeiras de Portugal bem grandes em todas as janelas da minha casa (se ainda tiver casa, se a casa ainda tiver janelas e se Portugal existir).

Até lá, fico recolhido em casa com as janelas bem fechadas, cobertas com cortinados bem opacos.
Profundamente envergonhado. »