1º post oficialmente escrito a pensar em Amor...
O aroma das ervas mergulhadas na água quente que eu bebia, misturado com o sabor daquele croissant divinal, do scone morno, barrado com um pouco de manteiga e, como se de uma banda sonora aromática se tratasse, pairava ainda no ar o perfume floral do balde de água com que a empregada do espaço abrilhentava o soalho.
O cheiro não era tudo. O som era perfeito. O crioulo das empregadas rompia a música da Sade (que eu sempre achara um pouco lamechas ou suave demais, mas ali estava perfeita), as gargalhadas dos poucos clientes e ainda uns vazios silenciosos provenientes de alguns cantos amplamente desertos.
O observar era estonteante. Paredes verde-ácido, mesas largas de uma madeira escura, assim como as cadeiras que eram da mesma família. Mobília simples, caixinhas de chá e de café aqui e acolá. Revistas muitas. Uma montra com alguns bolos cortados às fatias e os tais croissants. A porta do contador da luz rosa vivo.
Sentir a caneta nas mãos e escrevinhar num bloco branco A4 algumas coisas que me vinham à cabeça naquele momento e que não me poderia jamais esquecer. Sentir as páginas daquelas revistas, sorrir ao ver as fotografias de viagens inusitadas (especialmente as da reportagem no Myanmar), desfolhar cada página com muita vontade de assimilar tudo. Apanhar do chão a luva de pele que era do meu avô e sentir o seu desgaste natural na minha mão.
Acima de tudo: absorver o cheiro do teu perfume à minha frente, saborear o teu beijo adocicado com a compota de morango, ouvir a tua voz bem disposta, observar o teu sorriso contagiante e sentir a tua mão entrelaçada na minha.
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