reality vs non-sense?! stuff?! just feelings though!

sábado, fevereiro 27, 2010

LOVE

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Pormenores curiosos do meu Eu contemporâneo

Neste momento não sou viciada em nenhuma série, muito menos em nenhuma telenovela (e as únicas séries em que fui minimamente viciada foram as imprevísiveis britcoms "Absolutely Fabulous" e "Little Britain"; e telenovelas já lá vão alguns anos).

Ultimamente tenho lido cerca de três livros ao mesmo tempo: uns vou lendo ao sabor do vento, calmamente, quase como que de uma consulta se tratasse, sublinhando os parágrafos, expressões ou palavras soltas mais interessantes a meu ver; outros, leio três capítulos de seguinda e depois faço uma pausa enorme na continuação da sua leitura, passando para os restantes livros.

Continuo a achar que a cidade foi criada para se utilizarem os transportes públicos e faço questão de circular de metro (para mim o melhor) para todo o lado, a ponto de recusar o automóvel a torto e a direito, a gregos e troianos.

Todas as manhãs, em jejum, como um kiwi. Em último caso recorro a um citrino.

Sou da opinião de que as mulheres (portuguesas) deveriam ter menos medo de abusar das cores e das saias no seu vestuário, tentanto começar a colocar um bocadinho de parte as tão irritantes vs práticas calças de ganga. O país só ganharia com isso!

Sou viciada em sopa (sobretudo caldos asiáticos), ao ponto de ser capaz de viver somente com esse tipo de alimentação.

Quando vejo estrangeiros na rua, não descanso enquanto não consigo perceber em que lingua estão a falar (discretamente e quase inconscientemente, óbvio).

Manias...

A little bit of cinema... (quase passado um ano de ausência)


Já tinha ouvido falar no filme Control.
Ontem tive a tarde livre (aquela expressão tão europeia - ou não) e ao folhear o jornal do metro, reparei que havia uma sessão às 16h45 no cinema perto de casa.
E há tanto tempo que não ía ao cinema sozinha... mas a vontade de o fazer era imensa. Que saudades de estar naquele espaço outra vez, só comigo mesma... faz-me lembrar a minha pseudo-melancolia urbana de inverno pela qual às vezes me passeava entre os 18 e os 20 ou 21 anos.
A sala de cinema sentava mais duas pessoas para além de mim. Um jovem que fumou um cigarro no hall freneticamente, que despiu o casaco freneticamente e que trazia consigo um observar, também ele frenético. E sentado mais atrás estava um surpreendente senhor de bengala, nitidamente idoso, a quem eu não daria menos de 75 ou até 80 anos, querendo arriscar um pouco mais. Eu fiquei instalada o mais atrás e centrada possível, mesmo como eu gosto.
Control surge a preto e branco, mostra um subúrbio de Manchester e umas notas da sua cena musical de finais da década de 70*.
Ian Curtis (Joy Division) é o centro. Estados de solidão, melancolia, sofrimento, doença, emoção, fraqueza, expectaiva, dúvida, etc, são expressos como sendo a sua condição.
Ele suicidou-se com a minha idade no mês de Maio de 1980.
A fraqueza e a pressão do ser humano é imensa, sobretudo perante a responsabilidade e o dever, ainda para mais quando estes são artísticos.
Provavelmente Ian preferia ter sido somente um compositor anónimo, ou quase isso. Mas a sua força interior fazia-o tremer, o seu talento fazia-o tremer, as letras faziam-no tremer, a música fazia-o tremer, Bowie fazia-o tremer, o amor fazia-o tremer, a epilepsia, ela pópria, fazia-o literalemente tremer, cada vez mais e descontroladamente.
Do filme fica um momento nostálgico, a descoberta do protagonista Sam Riley (que curiosamente nasceu no ao em que Ian morreu), a descoberta um pouco mais profunda do universo dos Joy Division e o apuramento de uma excelente fotografia.
Aquando do negro final do ecrã, o jovem sai da sala freneticamente e o senhor idoso faz o mesmo, porém calmamente, apoiado na sua bengala.
Têm surgido várias películas sobre figuras musicais sobretudo da era rock, punk e post-punk dos anos 60-70 e até sobre o grunge com Last Days.
Agora pergunto: será que só as vidas mais pesadas, carregadas de contrastes, vícios e melancolias das décadas do rock é que despertam curiosidade aos realizadores?
Porque não um filme sobre, por exemplo, a emergência da brit pop nos ínicios da década de 90, com os Blur, Oasis, Suede, Pulp ou The Verve como pano de fundo?
Foi, neste caso, uma época mais alegre, mais florida... mas não menos curiosa para retratar na tela.



* Para um cenário mais completo da cena musical de Manchester nesta época, aconselho o filme "24hours Party People"

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

A modos que infelizmente é assim...

A juventude de hoje em dia não fala, atira palavras inexistentes no vocabulário do mais comum dos cidadãos nacionais para uma conversa de qualquer género.

Tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipotipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-tipo-prontos!

segunda-feira, janeiro 22, 2007

!!!


Aquele resto de massa ou de frango que se deitou fora cá em casa no outro dia, bem que poderia estar dentro deste balde segurado pelas mãos desta criança filipina.

1º post oficialmente escrito a pensar em Amor...

O aroma das ervas mergulhadas na água quente que eu bebia, misturado com o sabor daquele croissant divinal, do scone morno, barrado com um pouco de manteiga e, como se de uma banda sonora aromática se tratasse, pairava ainda no ar o perfume floral do balde de água com que a empregada do espaço abrilhentava o soalho.

O cheiro não era tudo. O som era perfeito. O crioulo das empregadas rompia a música da Sade (que eu sempre achara um pouco lamechas ou suave demais, mas ali estava perfeita), as gargalhadas dos poucos clientes e ainda uns vazios silenciosos provenientes de alguns cantos amplamente desertos.

O observar era estonteante. Paredes verde-ácido, mesas largas de uma madeira escura, assim como as cadeiras que eram da mesma família. Mobília simples, caixinhas de chá e de café aqui e acolá. Revistas muitas. Uma montra com alguns bolos cortados às fatias e os tais croissants. A porta do contador da luz rosa vivo.

Sentir a caneta nas mãos e escrevinhar num bloco branco A4 algumas coisas que me vinham à cabeça naquele momento e que não me poderia jamais esquecer. Sentir as páginas daquelas revistas, sorrir ao ver as fotografias de viagens inusitadas (especialmente as da reportagem no Myanmar), desfolhar cada página com muita vontade de assimilar tudo. Apanhar do chão a luva de pele que era do meu avô e sentir o seu desgaste natural na minha mão.

Acima de tudo: absorver o cheiro do teu perfume à minha frente, saborear o teu beijo adocicado com a compota de morango, ouvir a tua voz bem disposta, observar o teu sorriso contagiante e sentir a tua mão entrelaçada na minha.

sábado, janeiro 13, 2007

Duendelândia

Helmüs acordou às 3500 horas com um sorriso mágico.
Esticou um bracinho debaixo da coberta e logo em seguida esticou o outro, espreguiçando-se depois despojadamente.
Saltou da cama, vestiu-se num ápice e pôs o barrete na cabeça.
Saiu da porta de sua casa e arrancou uma maçã vermelhinha do tronco.
Limpou-a com a manga do seu fatinho e trincou-a com prazer. Seguiu-se um talo de aipo estaladiço e uma banana pequenina, bem madurinha.
Desceu o tronco da sua árvore e saltou para o bosque.
Reparou que os seus vizinhos cogumelos estavam maiores que no dia anterior, bem maiores!
Cumprimentou-os como sempre:
- Boas nascentes ensolaradas e estrelicadinhas!
Os cogumelos gargalharam baixinho.
Apertou os fios encaracolados dos seus sapatos de lentilhas secas. Não foi fácil.
Ajeitou a gola do fatinho, que ficara presa às suas orelhas no momento em que descera da árvore.

O sol espreitava por entre os arbustos e as árvores conferindo um tom dourado, delicioso e caramelizado a quase tudo à sua volta... desde o lago dos mil desejos galácticos , à florestazinha da Aliceia, ao barco dos Traturinïus, às flores coloridas, doces e estonteantes, às campainhas das ervas celestiais, em suma, a tudo mesmo.
Contemplando esse mesmo dourado estava Helmüs, porém, de repente... as amoras descem das árvores, os pardais esvoaçam histericamente, as libelinhas tornam as suas asas num violeta amarelado, os guaxinis saltitam de pedrinha em pedrinha, o zip-zip atropela a Maurüs numa corrida devastadora, o zumbido das abelhas aumenta o volume para um som potentissimo, as ervas ácidas encolhem os seus filhotes, os Maaltimorüs desaparecem das colinas, o fatinho de Helmüs amarrota-se, os vizinhos cogumelos diminuem o seu tamanho, o sol esconde-se.
Beljimiras grita num agudo agudissimo adocicado:
- É o Sterioplarssen!

In Finland...




... wow, it seems that...
the couples look like this!

Kings of Leon


Supostamente nesta Primavera, surgirá o próximo álbum dos curiosos Kings of Leon.
Vai chamar-se "Because of The Times" e um dos membros da banda já adiantou alguma coisa: "This album is going to be a lot bigger sounding".
Ficarei à espera.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Body Rice






Este filme estreou ontem entre nós.
Chamou-me a atenção pela sinopse e pelas imagens que vi n' "O Cartaz das Artes" (Sic Notícias) aquando da sua apresentação.
Sei que tem momentos silenciosos, daqueles tão típicos no cinema português (e/ou europeu), mas tenho a certeza que não serão chatos, pois deverão ser imprescindíveis no filme.
Também sei que a fotografia é muito boa.
Irei vê-lo em breve.
É a primeira longa metragem do jovem e determinado (pela pequena entrevista que vi) realizador Hugo Vieira da Silva.


« Influenciado pelo seu interesse na performance, dança contemporânea e poesia, Hugo Vieira da Silva retrata em “BODY RICE”, de uma forma pouco convencional, Katrin, uma adolescente que é enviada da Alemanha para o Sul de Portugal ao abrigo de um projecto experimental alemão de re-educação social. Ela chega ao Alentejo e não vai conseguir estabelecer uma relação com o ambiente que a envolve, uma situação agravada pela dureza da paisagem e o vazio de uma região socialmente desertificada. Katrin irá formar com Julia e Pedro um refúgio numa terra de ninguém - um deserto físico e mental. »


Comentários de Hugo Vieira da Silva

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Na sala de aula

- Oh Clarissa, responda lá à pergunta. Está surda?
- Hum?
- Ai... Explique lá o sentido da frase sublinhada no texto. Não sabe? Já falamos tantas vezes nisso aqui na aula...
- Posso levantar-me?
- Levantar-se para quê?!
- Queria falar de pé.
- Não precisa de se levantar. Mas está a brincar Clarissa? Olhe que não tenho paciência para graças. Se não sabe, pergunto a outro colega seu.

Clarissa levanta-se prontamente e exclama a alto e bom som:

- QUERO QUE VÃO TODOS À MERDA. ESTOU FARTA DE ESTAR AQUI A FAZER DE MENINA CERTINHA. QUERO IR LÁ FORA ENROLAR UMA E RIR-ME MUITO.
- Está a falar com quem Clarissa?? Mas que palavreado é esse?
- Estou a falar consigo e com a turma. Adeus.
- Não se atreva a desrespeitar-me assim!

Clarissa pega no caderno, na mochila e sai da sala batendo a porta. No corredor começa a correr e ri-se para si mesma, vitoriosa.
Sente-se corajosa, livre e descontrolada.