Helmüs acordou às 3500 horas com um sorriso mágico.
Esticou um bracinho debaixo da coberta e logo em seguida esticou o outro, espreguiçando-se depois despojadamente.
Saltou da cama, vestiu-se num ápice e pôs o barrete na cabeça.
Saiu da porta de sua casa e arrancou uma maçã vermelhinha do tronco.
Limpou-a com a manga do seu fatinho e trincou-a com prazer. Seguiu-se um talo de aipo estaladiço e uma banana pequenina, bem madurinha.
Desceu o tronco da sua árvore e saltou para o bosque.
Reparou que os seus vizinhos cogumelos estavam maiores que no dia anterior, bem maiores!
Cumprimentou-os como sempre:
- Boas nascentes ensolaradas e estrelicadinhas!
Os cogumelos gargalharam baixinho.
Apertou os fios encaracolados dos seus sapatos de lentilhas secas. Não foi fácil.
Ajeitou a gola do fatinho, que ficara presa às suas orelhas no momento em que descera da árvore.
O sol espreitava por entre os arbustos e as árvores conferindo um tom dourado, delicioso e caramelizado a quase tudo à sua volta... desde o lago dos mil desejos galácticos , à florestazinha da
Aliceia, ao barco dos
Traturinïus, às flores coloridas, doces e estonteantes, às campainhas das ervas celestiais, em suma, a tudo mesmo.
Contemplando esse mesmo dourado estava
Helmüs, porém, de repente... as amoras descem das árvores, os pardais esvoaçam histericamente, as libelinhas tornam as suas asas num violeta amarelado, os guaxinis saltitam de pedrinha em pedrinha, o
zip-zip atropela a
Maurüs numa corrida devastadora, o zumbido das abelhas aumenta o volume para um som potentissimo, as ervas ácidas encolhem os seus filhotes, os
Maaltimorüs desaparecem das colinas, o fatinho de
Helmüs amarrota-se, os vizinhos cogumelos diminuem o seu tamanho, o sol esconde-se.
Beljimiras grita num agudo agudissimo adocicado:
- É o
Sterioplarssen!